UM OLHAR REFLEXIVO
Fonte da imagem: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/oms-e-unicef-alertam-para-um-declinio-na-vacinacao-durante-pandemia-de-covid-19
Ao longo dos anos, a imunização no Brasil é considerada como um dos maiores avanços de Saúde Publica, uma vez que conseguiu eliminar e controlar muitas doenças e, consequentemente, mortes, evidenciando o grande impacto que as vacinas têm representado para a sociedade atual.
Apesar do Brasil se destacar no mundo como referência em imunização, hoje vivemos um imenso paradoxo. Isto se dá, pois, por um lado, há um esforço de manter as coberturas vacinais do programa de imunização tão exitoso do nosso sistema público de saúde e, por outro lado, a expectativa por uma vacina que controle a pandemia trazida pela COVID-19.
Essa realidade significa um alerta para os serviços de saúde, pois há seis anos já se percebia as quedas gradativas das coberturas vacinais, a população se abnegando deste importante hábito de vacinar, realidade bastante contraditória, uma vez que as pessoas estão ansiosas por uma vacina contra a COVID-19, como se estivéssemos na busca de um milagre imediato.
Enquanto a vacina contra a COVID-19 está sendo pesquisada, é preciso entender e explorar as tecnologias disponíveis quanto às demais vacinas existentes nos serviços de saúde para que não corramos o risco de novas epidemias para além da covid-19, a exemplo das doenças como poliomielite, sarampo e coqueluche, que até pouco tempo estavam controladas, mas que já dá indícios de preocupação pelos casos ocorridos.
A globalização nos permitiu entender que não existem mais doenças regionais, localizadas apenas em um território específico, pois a circulação das pessoas se torna cada vez maior e frequente por todo o mundo, tornando as doenças globalizadas. A Zika e a Chikungunya estão aí para a constatação desse fato, desse modo não podemos perder a consciência sanitária, como ato de prevenção e proteção das populações.
Além da globalização, outro fator importante a ser destacado são as Fake News através do compartilhamento de conteúdos da internet para disseminação de informações falsas colocando em risco a eficácia e eficiência da vacinação, gerando o negacionismo e consequências desastrosas com as baixas coberturas vacinais que vai desde o reaparecimento das doenças já controladas até a susceptibilidade de morte.
São mais de quarenta produtos, entre vacinas, imunoglobulinas e soros existentes no Programa Nacional de Imunização brasileiro disponível por todo o território brasileiro, desde a zona urbana até a zona rural mais remota permitindo a garantia de proteção para todas as fases da vida, desde crianças, adolescentes, adultos até idosos, valorizando a universalidade que é um dos princípios que baliza o Sistema Único de Saúde.
Então, não podemos “baixar a guarda” para as doenças que sabemos que existem vacinas disponíveis e enquanto aguardamos a vacina contra a COVID-19 precisamos compreender a importância das recomendações das instituições de saúde que é de usar máscara, manter distanciamento social e lavar as mãos para que nos protejamos e também aos mais vulneráveis.
Texto redigido pela docente: Silvana Gomes Nunes Piva / Professora assistente do curso de Enfermagem – UNEB/ CAMPUS VII.
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